CONTROLE SOCIAL 82 Publicidade 1200x90
CONTROLE SOCIAL 82 Publicidade 728x90

JHC “beija a mão” de Lula e silencia sobre nomeação da Titia

11/07/2025 07h38 - Atualizado há 1 dia

Por muito tempo, JHC construiu sua imagem como político de centro-direita, moderninho, liberal na economia, e digital nas redes. Mas nos últimos nove meses, o silêncio calculado e os acenos ao governo Lula revelaram uma face menos conhecida do prefeito de Maceió: a do  político ambicioso.

A nomeação da procuradora Marluce Caldas para o Superior Tribunal de Justiça não foi um gesto isolado de apenas reconhecimento técnico, foi resultado direto de um arranjo político com DNA alagoano e digital federal. Tia de JHC, Marluce teve sua indicação costurada com afinco pelo sobrinho nos corredores de Brasília, com juras de alinhamento, promessas de apoio e articulações que envolvem nomes poderosos como Renan Calheiros, Renan Filho e Arthur Lira. A cereja do bolo veio com o aval de Lula, o mesmo presidente que JHC evitava citar em público para não se desgastar com sua base bolsonarista.

Sim, JHC é do PL, o partido de Jair Bolsonaro. Mas o silêncio dele diante da nomeação da tia grita mais alto que qualquer post no Instagram. O prefeito, que até então não economizava discursos sobre independência, justiça e nova política, preferiu calar-se diante da evidente contradição. Afinal, como explicar à sua base de direita, crítica feroz do lulismo, que o maior feito de sua articulação política em 2025 foi um cargo de confiança concedido por Lula à sua própria tia?

Não se trata aqui de questionar os méritos da procuradora Marluce Caldas, cuja trajetória profissional é inegavelmente respeitável. A crítica recai sobre a estratégia de JHC: acenar ao Planalto em silêncio, enquanto mantém o discurso ambíguo para sua base eleitoral. É o velho jogo de estar com um pé em cada canoa, apostando que a travessia será segura. Mas a maré da política costuma ser traiçoeira com quem tenta agradar gregos e troianos.

Aliás, a movimentação de JHC nos bastidores de Brasília parecia apontar para um projeto nacional. Rumores de que ele seria candidato a governador ou a um cargo federal em 2026 ganhavam força nos bastidores. No entanto, com a concretização do acordo com Lula e a consequente exposição de sua vinculação direta com o governo petista, JHC recuou. Abandonou, ao menos por ora, a corrida de 2026. O cálculo é claro: era isso ou se queimar de vez com a direita.

No fim das contas, a nomeação de Marluce Caldas expõe uma verdade inconveniente: JHC é mais político tradicional do que tenta parecer. Ambicioso, mas também silencioso quando o barulho da coerência ameaça seu projeto pessoal.

O beijo na mão de Lula pode ter garantido a cadeira da tia no STJ, mas custará caro com um eleitorado que não perdoa alianças com quem juram combater.


Notícias Relacionadas »
CONTROLE SOCIAL 82 Publicidade 1200x90
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp