Os Estados Unidos anunciaram que vão voltar a abandonar a UNESCO, a agência das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura, apenas dois anos após a sua adesão.
A porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, associou a retirada ao que Washington considera ser o esforço da UNESCO para "promover causas sociais e culturais fraturantes". Acrescentou que a decisão de admitir o "Estado da Palestina" como Estado-membro é "altamente problemática, contrária à política dos EUA, e contribuiu para a proliferação da retórica anti-Israel no seio da organização".
Esta é a terceira vez que os EUA se retiram da UNESCO, que tem sede em Paris, e a segunda vez durante a era Trump. A administração de Donald Trump retirou-se da UNESCO durante o seu primeiro mandato, após o qual os EUA se mantiveram afastados durante cinco anos. Posteriormente, a administração Biden voltou a candidatar-se e a integrar a agência.
Apesar dos EUA contribuírem com uma parte significativa do orçamento da UNESCO, a organização, escreve a Associated Press, deveria ser capaz de se desenvencilhar sem o financiamento americano. A quota-parte dos EUA no financiamento tem vindo a diminuir nos últimos anos e representa atualmente apenas 8% do orçamento total da UNESCO, com outros países a aumentarem as suas contribuições.
Os EUA retiraram-se da UNESCO em 1984, durante o mandato do presidente Reagan, alegando má gestão, corrupção e acusações de que a agência estava a promover os interesses soviéticos. Voltaram a aderir em 2003, durante a presidência de George W. Bush.
Em 2017, a administração Trump anunciou a segunda retirada do país devido a preocupações semelhantes sobre o preconceito anti-Israel, que entrou em vigor um ano depois. Os EUA e Israel já tinham deixado de financiar a UNESCO depois da organização ter votado a favor da inclusão da Palestina como Estado membro em 2011.