O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta sexta-feira, 8, que há dentro da Casa um certo receio de se fazer anistia “ampla, geral e irrestrita”, considerando que as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado identificaram planos de assassinato de autoridades.
“Não vejo que os parlamentares têm interesse de anistiar essas pessoas que fizeram isso. O sentimento da Casa é muito mais de sensibilidade às pessoas humildes, que participaram do movimento e não cometeram os delitos tão graves e pesados e receberam penas elevadas”, disse Motta, em entrevista à CNN Brasil.
Na visão do deputado, a anistia tira o foco de assuntos importantes que poderiam ser priorizados como o “desafio internacional”, a soberania e a economia diante decisões do governo dos EUA.
A votação da anistia “ampla e irrestrita” é um dos pleitos da oposição, que ocupou as Mesas da Câmara e do Senado nesta semana para pressionar pela aprovação de propostas que podem beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está em prisão domiciliar.
Segundo o presidente da Câmara, há um sentimento na Casa de não concordar com “penas exageradas dadas a crimes não tão graves” e assim se começou a discutir alternativas para a anistia. “Se puder haver uma alternativa legislativa a isso, penso que uma alternativa talvez que atenda à maioria da Casa. Mas essa construção deve ser feita no colégio de líderes, para que seja levado ao plenário”, afirmou.