A companhia aérea Azul registrou prejuízo líquido ajustado de R$ 475,8 milhões no segundo trimestre do ano. Na comparação com o mesmo período de 2024, houve uma redução de 29% no prejuízo, segundo dados divulgados pela empresa nesta quinta-feira, 14.
A Azul enfrenta um processo de recuperação judicial (Chapter 11) nos Estados Unidos desde o fim de maio. Em entrevista coletiva para comentar os resultados do segundo trimestre, o presidente da empresa, John Rodgerson, disse que o processo está avançando “muito rápido” e que a expectativa é de encerrá-lo em dezembro.
Nesse processo de reestruturação, a Azul pretende simplificar sua malha aérea, mas seguir focando sua operação em cidades cuja demanda não é completamente atendida, de acordo com o diretor financeiro da empresa, Alex Malfitani. “Vamos simplificar a malha, mas continuar buscando a maior diferença entre a demanda existente e a demanda atendida. A gente não quer fazer rouba-monte (disputar passageiros com as concorrentes).”
Malfitani acrescentou que a empresa continuará operando aviões menores, que permitem chegar a cidades do interior com demanda inferior a dos grandes centros
Em audiência na quarta-feira, 13, nos EUA, foi aprovado um acordo entre a aérea e a AerCap, maior arrendadora de aeronaves da Azul. A expectativa é de que o acordo garanta mais de US$ 1 bilhão em economia relacionada à operação de frota, segundo estimativas da companhia.
Rodgerson destacou que a empresa não precisará levantar capital adicional para sair do Chapter 11. “O que podemos fazer é ir ao mercado para melhor a condição das dívidas”, ponderou o executivo.
Ainda no segundo trimestre deste ano, a companhia teve uma alta de 17,5% na sua capacidade. Esse crescimento foi impulsionado pelas operações internacionais (36,8%). As domésticas avançaram 12,9%.
Segundo Rodgerson, o internacional cresceu mais porque, no ano passado, diante da falta de peças e motores de aviões — que tirou jatos de operação —, a empresa precisou cortar voos para o exterior. Agora, está retomando essa oferta.
Ainda de acordo com o executivo, a Azul pretende retirar cerca de 30 aeronaves da frota no âmbito do processo de recuperação. O número, no entanto, refere-se a aviões que já não estão voando, mas que ainda têm os aluguéis pagos pela companhia. Por outro lado, a expectativa é receber novas aeronaves da Embraer e da Airbus. Com isso, a aérea estima encerrar o Chapter 11 com cerca de 20 aeronaves a menos do total de 180 que detém hoje.