CONTROLE SOCIAL 82 Publicidade 1200x90
CONTROLE SOCIAL 82 Publicidade 728x90

Entenda em 6 pontos a anistia discutida no Congresso e os próximos passos do projeto

05/09/2025 16h44 - Atualizado há 1 dia
Entenda em 6 pontos a anistia discutida no Congresso e os próximos passos do projeto
Folha de S.Paulo

A oposição na Câmara dos Deputados se articula para pautar o PL (projeto de lei) da Anistia logo depois do fim do julgamento de Bolsonaro e de sete réus na trama golpista no STF (Supremo Tribunal Federal).

 

A análise do caso será retomada na próxima terça-feira (9). Na sexta (12), está prevista a leitura da sentença. O objetivo é retomar a movimentação em torno da anistia em seguida, e já votar, na outra semana, a urgência e um substitutivo ao projeto de lei de 2022.

O que a Câmara tem hoje é o PL 2.858, de autoria do então deputado Vitor Hugo (PL-GO), que perdoa crimes cometidos a partir de 30 de novembro de 2022 até a entrada em vigor da lei. O substitutivo é mais amplo, e valeria desde março de 2019.

Para o cientista político Carlos Pereira, professor titular da FGV/Ebape (Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas), o problema dessa proposta é que ela beneficia apenas um dos lados.

"A anistia pode ser muito duradoura quando as duas partes têm a ganhar com isso. Essa proposta não configura um acordo político real, pois beneficia apenas um lado —aqueles que atentaram contra a democracia. Falta a esse pedido credibilidade", diz.

O QUE É ANISTIA E O QUE SIGNIFICARIA UMA 'ANISTIA AMPLA E IRRESTRITA'?

Segundo o cientista político Carlos Pereira, professor da FGV/Ebape, anistia é, essencialmente, um "acordo político entre partes em conflito que decidem interromper a violência mútua em prol de um futuro comum". O objetivo é criar um ambiente de cooperação e confiança, onde todos tenham algo a ganhar.

Ele exemplifica com famílias rivais que, após séculos de confronto, reconhecem que continuar a disputa é mais prejudicial do que benéfico, optando por um pacto de esquecimento.

Durante a transição democrática no Brasil, na ditadura militar, a anistia foi possível, diz ele, porque havia moderados relevantes de ambos os lados dispostos ao diálogo. Mesmo assim, há quem veja como negativo o que foi feito.

Pereira vê o movimento na ditadura positivo e afirma que serviu de exemplo na África do Sul, com a libertação de Nelson Mandela após 27 anos de prisão. Uma anistia ampla e irrestrita, como se quer, é o perdão total dos crimes.

O QUE DIZ O PROJETO QUE ESTÁ EM DISCUSSÃO NO CONGRESSO E O QUE QUER A OPOSIÇÃO?

O projeto de lei em debate é o 2.858, apresentado em 24 de novembro de 2022 pelo então deputado Vitor Hugo (PL-GO), menos de um mês depois de manifestações de caminhoneiros contra o resultado das eleições, vencidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O que o deputado propôs, na época, era um perdão a partir de 30 de novembro de 2022 até a publicação da lei, deixando de punir caminhoneiros, empresários, políticos e demais manifestantes.

O projeto que a oposição quer aprovar agora é ainda mais amplo e propõe perdoar tudo a partir de março de 2019, data do inquérito das fake news. Seriam perdoadas "manifestações verbais ou escritas" em ruas, internet, redes sociais, órgãos públicos e meios de comunicação que tratem sobre:

- Ofensa ou ataque a instituições públicas ou seus integrantes

- Descrédito ao processo eleitoral ou Poderes

- Reforço à polarização política

- Geração de animosidade na sociedade

- Qualquer situação semelhante às anteriores

 

 


FONTE: Folha de S.Paulo
Notícias Relacionadas »
CONTROLE SOCIAL 82 Publicidade 1200x90
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp