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Português que ofereceu 500 euros por cabeça de brasileiros é preso

10/09/2025 16h37 - Atualizado há 6 dias
Português que ofereceu 500 euros por cabeça de brasileiros é preso
Estadão

A Polícia Judiciária de Portugal — órgão responsável por investigações criminais, equivalente à Polícia Civil no Brasil — prendeu, na segunda-feira (8), um homem de 56 anos que publicou nas redes sociais um vídeo no qual oferecia 500 euros (cerca de R$ 3,1 mil) a quem lhe entregasse a "cabeça de um brasileiro".

 

O conteúdo se espalhou rapidamente e gerou forte indignação entre a comunidade brasileira no país.

Nas imagens, o português — que se apresentava online como Pasteleiro Lince e trabalhava numa padaria na cidade de Aveiro — dizia: "Cada português que trouxer a cabeça de um brasileiro, desses 'zukas' que vivem aqui em Portugal, estejam legais ou ilegais, cada cabeça que trouxer eu pago 500 euros."

Em comunicado, a polícia informou que o homem, identificado pela sigla J.P.S.O, está 'fortemente indiciado' por incitar à violência contra estrangeiros.

A polícia ressaltou que a divulgação do vídeo se espalhou rapidamente, provocou "forte alarme social" e mobilizou a opinião pública, resultando em várias denúncias. Acrescentou ainda que o homem já estava sob investigação antes mesmo da repercussão do caso.

O homem preso possuía antecedentes por crimes contra o patrimônio e será apresentado à autoridade judicial para interrogatório e definição de medidas de coação.

De acordo com o jornal Público, ele foi detido em casa, sem oferecer resistência, e dispensou advogado particular, sendo representado por um defensor público. Caberá agora à Justiça decidir se ele permanecerá em prisão preventiva ou se responderá ao processo em liberdade.

Em entrevista à BBC News Brasil, a advogada Catarina Zuccaro — integrante do grupo que apresentou uma queixa-crime do caso ao Ministério Público — disse que, em 25 anos vivendo em Portugal, nunca tinha presenciado "tamanho ódio". Para ela, o caso provocou uma comoção incomum e levou a uma atuação "mais rápida do que o normal" por parte da polícia.

A padaria onde ele trabalhava publicou uma série de mensagens para se distanciar do episódio, afirmando que o homem já não faz parte do quadro de funcionários e reforçando que não tolera qualquer forma de racismo.

A empresa sublinhou ainda que a sua equipe é composta por trabalhadores de várias nacionalidades, incluindo brasileiros, e que tem orgulho dessa diversidade.

Este caso soma-se a outras ocorrências recentes de violência e discriminação em Portugal. Segundo relatório do Conselho Europeu, em 2023 foram registradas 347 queixas por crimes de ódio e incitação à violência no país — mais de cinco vezes o número de 2018, quando haviam sido contabilizadas 63.

 

 


FONTE: Estadão
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