Após cinco dias de intensas buscas e investigação minuciosa, as forças da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) localizaram, nesta terça-feira (15), o corpo da bebê Ana Beatriz, de apenas 15 dias de vida. Ele foi encontrado em uma sacola plástica, escondido em um armário na área da lavanderia da casa da família, ao lado de produtos de limpeza, no município de Novo Lino, Litoral Norte do estado.
A mãe da criança foi presa em flagrante após confessar o crime, mas aguarda o resultado da perícia da Polícia Científica para a tipificação do delito.
As informações foram repassadas durante coletiva de imprensa concedida no Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) de Novo Lino, com a presença do secretário Flávio Saraiva, do secretário-executivo da SSP, Patrick Madeiro, dos delegados responsáveis pelo caso, Igor Diego e João Marcello, do delegado Paulo Cerqueira, além de representantes das polícias Rodoviária Federal, Militar e Científica, do Corpo de Bombeiros e do advogado que acompanha a família.
Desde o desaparecimento da criança, todas as estruturas operacionais da Segurança Pública foram mobilizadas. Equipes do Corpo de Bombeiros realizaram varreduras com o apoio de cães farejadores, inclusive dentro da residência da mãe da bebê, mas as diversas versões apresentadas por ela dificultaram o andamento das investigações.
"Trabalhamos, desde o início, com todas as hipóteses. E, infelizmente, desde o primeiro dia já tínhamos a possibilidade de encontrarmos a criança sem vida. Mesmo assim, não poupamos esforços para localizar Ana Beatriz e esclarecer o caso. A mãe apresentou versões diferentes, e hoje, diante do advogado, confessou que havia matado a filha e indicou onde o corpo havia sido ocultado”, afirmou o delegado Igor Diego.
Segundo ele, a mulher apresentou duas versões para a morte da filha. Na primeira, alegou que a bebê teria se engasgado durante a amamentação. Em seguida, disse que a criança estava doente e, após um longo período de choro intenso, teria sido asfixiada com um travesseiro em um momento de exaustão emocional e irritação provocada por barulho externo.
Após o crime, a mulher teria embalado o corpo da criança, mas não soube explicar como ou por quem ele foi ocultado. A principal linha de investigação aponta que uma terceira pessoa pode ter colocado o corpo no armário durante a madrugada desta terça-feira (15), enquanto a casa estava vazia. Cães farejadores do Corpo de Bombeiros haviam inspecionado o local anteriormente, sem que o corpo fosse detectado.
"Esse elemento reforça a possibilidade de que o corpo tenha sido levado posteriormente ao local. A investigação vai continuar para apurar todos os detalhes, inclusive se alguém ajudou na ocultação”, acrescentou o delegado.
O tenente Ascânio, do Corpo de Bombeiros, destacou a precisão dos cães da corporação e afirmou ser improvável que o corpo estivesse no local nos dias anteriores. “São cães e cadelas treinadas, que encontram objetos enterrados a dois metros de profundidade. É praticamente impossível que o bebê estivesse lá no dia de ontem”, disse.
Com a confissão e a localização do corpo, a Polícia Civil considera a fase inicial da investigação concluída. A mulher foi autuada em flagrante e permanecerá à disposição da Justiça, devendo passar por audiência de custódia nesta quarta-feira (16). A Polícia Científica trabalha para esclarecer os detalhes da causa da morte.
Mesmo diante da confissão, a polícia seguirá investigando. "Qual é a verdade sobre os fatos? O trabalho da perícia é que vai dar a resposta definitiva. Muito triste, mas nós somos técnicos. O caso foi totalmente finalizado pelo Estado", declarou o delegado João Marcelo.
Ao final da coletiva, o secretário Flávio Saraiva ressaltou o empenho de todas as forças envolvidas. "Quero parabenizar o trabalho integrado e incansável das forças de segurança. Desde o primeiro momento, nossas equipes atuaram com empenho, sensibilidade e profissionalismo para que esse caso tivesse uma resposta rápida e responsável. Infelizmente, a confirmação do óbito nos entristece profundamente, mas o empenho de todos foi fundamental para que a verdade viesse à tona”, concluiu.
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