Estudo do Instituto Nacional de Câncer (Inca), vinculado ao Ministério da Saúde, revelou que, de 2023 a 2024, o Brasil registrou aumento de 24% no total de adultos que usam cigarro eletrônico. Segundo a pesquisa, divulgada nesta quarta-feira em alusão ao Dia Mundial sem Tabaco, 2,6% dos adultos do país são fumantes desses dispositivos, o maior percentual desde 2019 — quando a série histórica foi iniciada.
O prevalência de fumantes do tabaco convencional também aumentou 25% no ano passado em comparação a 2023 (13,8% de brasileiros), e superou todos os números desde 2014, o que foi considerado um "retrocesso de 10 anos" pelo Inca.Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a principal ação contra o uso do cigarro eletrônico no Brasil é o mantimento da resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que proíbe a comercialização, importação, o armazenamento, o transporte e a propaganda desses dispositivos.
— Uma das ações fundamentais é manter a RDC (explicar o que é) da Anvisa. O Brasil tem um patamar cinco, seis, até sete vezes menor de uso desse dispositivo do que países que liberaram a utilização. Então, mostra o acerto da Anvisa da sua RDC e, junto com isso, campanhas do Ministério da Saúde, dos estados, até buscar atingir esse público. Nossa campanha, junto com a OPAS, tenta chegar mais próximo desse público, através das redes sociais, dos instrumentos que esse público utiliza — afirmou Padilha.
A resolução foi publicada pela Anvisa em abril do ano passado. A norma substituiu a resolução de 2009, e endureceu as restrições para o cigarro eletrônico no país.
Além de ampliar a proibição para venda, propaganda e importação dos produtos, medida imposta pela resolução de 2009, a nova norma vedou também a produção, armazenamento e transporte, além de proibir o uso de qualquer dispositivo eletrônico para fumar em ambiente coletivo fechado.