Antes de ser celebrada como a Rainha da Sofrência, Marília Mendonça já era um fenômeno nos bastidores da música sertaneja. Aos 12 anos, ela escreveu sua primeira composição registrada, "Minha Herança", sobre o primeiro término, com um namoradinho mais velho. E, aos 13, foi contratada como compositora pela Workshow. Na produtora goiana, começou a moldar silenciosamente o som de toda uma geração.
A forma de Marília compor virou adjetivo. Compositores como Vinicius Poeta falam sobre "músicas mariliônicas", quando definem as canções com a cara da cantora. Ela já tinha esse estilo próprio desde as primeiras composições, quando era uma adolescente trancada no quarto com seu caderno e violão.
O irmão, João Gustavo, lembra da rotina: ela compunha de madrugada e mostrava as músicas para a família antes mesmo de saber tocar direito. "Minha mãe comprou um MP3 e um notebook para ela gravar. Ela passava horas ali", ele relembra ao podcast. "Ela se lamentava pelo amor perdido às seis da manhã, porque era esse o horário em que acordava para ir à escola."