Lisboa (Portugal) – O que era para ser um passeio turístico pelo coração da capital portuguesa transformou-se em uma das maiores tragédias da história recente do transporte urbano europeu. Na tarde desta terça-feira, um dos icônicos bondinhos de Lisboa descarrilou em plena ladeira da Calçada da Estrela, provocando pânico, destruição e um saldo devastador: 15 mortos confirmados e cerca de 20 feridos, muitos em estado grave.
Testemunhas relataram que o veículo, lotado de turistas e moradores, começou a ganhar velocidade de forma descontrolada. “O motorista gritava para que todos se segurassem. Foi um desespero total, parecia cena de filme de terror”, contou Maria Fernandes, comerciante local que viu o acidente acontecer a poucos metros de sua loja.
Cenário de guerra
O bondinho, um dos símbolos mais tradicionais da capital portuguesa, colidiu violentamente contra veículos estacionados e, em seguida, contra a fachada de um prédio histórico. O impacto deixou destroços espalhados pela rua, enquanto moradores e transeuntes se mobilizavam para retirar as vítimas presas nos escombros.
Equipes de bombeiros, polícia e ambulâncias ocuparam a região em minutos, mas o saldo foi descrito pelos próprios socorristas como “cena de guerra”.
Investigações apontam falha mecânica
Fontes ligadas à investigação preliminar afirmam que a hipótese inicial é de falha mecânica no sistema de freios, já que o bondinho descia uma das ladeiras mais íngremes da cidade. No entanto, não se descarta negligência na manutenção.
“Se confirmado que houve descuido técnico, estaremos diante de um crime contra a população e contra a história de Lisboa”, afirmou um parlamentar da oposição, pedindo a abertura imediata de inquérito independente.
Símbolo turístico manchado pela tragédia
Os bondinhos, além de meio de transporte centenário, são cartão-postal de Lisboa e atraem milhares de turistas diariamente. O descarrilamento, no entanto, coloca em xeque a segurança do sistema e já gera temor de abalo no setor turístico.
Hotéis e agências de viagem começaram a receber cancelamentos de reservas poucas horas após a divulgação da tragédia.
Clamor por responsabilização
Familiares das vítimas exigem respostas rápidas. “Meu irmão saiu de férias para realizar um sonho e voltou em um caixão. Isso não pode ficar impune”, disse, em prantos, a portuguesa Helena Duarte, que perdeu um parente no acidente.
Nas redes sociais, a revolta tomou conta: milhares de mensagens cobram explicações da prefeitura de Lisboa e do governo português.